quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Justiça decretou a prisão temporária por cinco dias do ex-padrasto da criança, o auxiliar de serviços gerais Roberto Carlos Magalhães




Noticia do dia 17.12.2009 (tarde)

Os médicos ainda não confirmaram quando vão retirar as agulhas. Eles dizem que será necessário realizar exames mais delicados. Esses exames começam a ser feitos, ainda nesta tarde de quinta-feira.

O garoto já chegou ao hospital e está acordado. Ele viajou numa UTI aérea junto com uma equipe médica e com a mãe.

O diretor do hospital, Francisco Reis, esclarece quais serão os primeiros procedimentos no atendimento ao garoto. “Ele será submetido a uma avaliação completa, avaliar o quadro clínico e fazer uma avaliação para saber onde está a distribuição de agulhas. Com isso, faremos um trabalho para viabilizar a retirada, se possível, dessas agulhas”.

Ele confirma que a cirurgia provavelmente terá que ser feita. “Essa criança já chegou a UTI, está sendo avaliada. A nossa equipe multidisciplinar está estudando cada ponto, cada órgão da criança”.

De acordo com o diretor, o menino corre risco de morte, pois vários órgãos podem ter sido atingidos, além de processos infecciosos. “Toda essa situação pode acarretar um risco de morte”.

As investigações policiais estão sendo feitas em Ibotirama, cidade onde o menino mora.


Nesta quinta-feira a Justiça decretou a prisão temporária por cinco dias do ex-padrasto da criança, o auxiliar de serviços gerais Roberto Carlos Magalhães, e das duas mulheres que segundo ele, participaram do ritual.

Segundo o delegado que investiga o caso, o ex-padrasto, contou no depoimento que a suposta amante dele, Angelina Ribeiro dos Santos, foi orientada pela mãe de santo Maria dos Anjos do Nascimento.

Os objetivos do ritual seriam que a Angelina ficasse de vez com o ex-padrasto e por parte dele, se vingar da mãe da criança, com quem ele brigava muito.

Ainda segundo o depoimento, o ex-padrasto comprava agulhas, entregava para Angelina, que levava esse material pra Maria dos Anjos benzer junto com um líquido.

Depois, esse material era levado por Angelina para casa dela. Angelina combinava com o ex-padrasto para levar a criança. Lá, davam essa água para criança beber e espetavam as agulhas, três a quatro agulhas por sessão. Foram diversas sessões, durante um mês. A criança chorava muito.

Ex-padrasto foi transferido para cidade não revelada. As outras duas suspeitas também serão transferidas. Elas negaram envolvimento.


Na redação do Jornal Hoje, a gente conversou com um pai de santo e uma professora de antropologia, que estuda as religiões afro-brasileiras.

Eles afirmaram categoricamente desconhecer o uso de rituais como esse ou qualquer tipo de sacrifício humano nas religiões afro-brasileiras.


Noticia do 17.12.2009 (noite)

A Justiça da Bahia decretou a prisão temporária de três suspeitos de envolvimento no caso do menino de 2 anos perfurado com dezenas de agulhas.

Em depoimento, segundo a polícia, o suspeito contou que comprava as agulhas e as entregava a uma mulher, que ele diz ser amante dele. Ele afirmou ainda que a mulher levava o material para ser benzido por uma religiosa. Ela teria sugerido o ritual.

Segundo a polícia, o suspeito disse que levava o garoto para a casa da amante, onde o ritual era praticado quando os filhos e os netos dela não estavam em casa. Eles faziam o menino beber água e espetavam as agulhas no corpo da criança. O padrasto teria dito à polícia que o ritual foi praticado várias vezes, durante um mês.

"Ele fez com o objetivo de matar a criança como forma de vingança, pelo fato de brigar muito com a companheira, que é mãe da criança", afirma o delegado Helder Santos.

Segundo o delegado, a amante teria participado com o objetivo de ficar com o suspeito. Ela e a religiosa negam envolvimento no crime.

A história assustou a cidade de 26 mil habitantes às margens do Rio São Francisco. O caso teve repercussões até no exterior. Emissoras de TV e sites americanos divulgaram o caso nesta quinta-feira.

Estado de saúde

O estado de saúde do menino ainda é considerado grave. A equipe médica de Barreiras decidiu transferir a criança para um hospital de Salvador, referência em tratamentos cardíacos.

Um exame revelou nesta quinta-feira que uma agulha atingiu o coração e provocou uma infecção. O menino está tomando antibióticos e os médicos vão acompanhar o quadro clínico durante dois dias. Somente depois desse período vão decidir sobre uma possível cirurgia.

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